29 novembro, 2011

Ser gorda X Ser feliz

Sou tosca. 
Todos concordam? Ok. 
Já é o primeiro passo para entender o post.
Não é segredo para ninguém que eu comecei a dieta milagrosa da Ivete Sangalo fiz cirurgia bariátrica. Não tenho como negar que além do fator saúde, a vaidade teve um grande peso na minha escolha. É igual a história de posar para Playboy: é artístico, é pela vaidade e é pelo dinheiro.
Sei de n pessoas que estão acima do peso e são felizes como são. Admiro muito. Mas não estava mais rolando para mim. Já havia tentado com nutri,com exercício e não deu certo. Acho que não era o momento. 
Tinha preconceito com cirurgia bariátrica por puro desconhecimento.  Quando tomei a decisão de operar,eu era gorda. Dãããã, vc vai pensar,mas depois vai entender o porque da frase.
Fiz tudo como manda o figurino, acompanhada de um excelente médico, uma equipe multidisciplinar muito boa. E quando eu escolhi essa gente toda, eu era gorda. (Dãããã, again)
Aliás, ainda sou gorda fisicamente.Ainda estou trilhando o caminho.
Quando eu comecei a fumar, eu era gorda.
Quando eu transei com um cara na primeira noite, eu era gorda.
Quando eu conheci meu marido chato pra c#$%&*lho, mas um homem sensacional, eu era gorda.Quando casei com ele também era gorda.
Quando eu tive minha princesa, a aborrecente mais linda do mundo, eu era gorda.
Quando aprendi a dirigir, coisa q adoro fazer, eu era gorda.
Quando vi meus sobrinhos nascerem, eu era gorda.
Quando comecei a faculdade de enfermagem, profissão que amo, eu era gorda.
Quando tive meu segundo filho,e tivemos nossa primeira casa, eu era gorda.
Quando perdi minha amiga Roberta, eu era gorda.
Quando eu passei 2 vezes para a residencia de enfermagem, eu era gorda.
Quando eu brigava com as tecnicas de enfermagem e os médicos que trabalhavam comigo, eu era gorda.
Quando fiz amizades na residencia de enfermagem, eu era gorda.
Quando me mudei para Brasília, eu era gorda.
Quando parei de fumar, eu era gorda.
Mas onde vc quer chegar, caceta!!!???
Que ser gorda não fazia de mim uma pessoa pior ou melhor. Vivi e fiz escolhas boas e ruins quando era gorda. E será exatamente deste mesmo modo quando eu estiver magra fisicamente. Ser preguiçosa me faz muito mais mal do que ser gorda, por exemplo.
É inegável o prazer de ver tanta gente torcendo pelo meu sucesso,ou começar a caber BEM nas roupas menores, ter mais disposição física e outras coisas. Não posso ser hipócrita.
Mas ser gorda não era o ponto chave da minha vida. Era apenas mais um detalhe.Não vai ser a cirurgia que me fará mais assertiva, simpática,inteligente, linda,idolatrada, salve, salve! Isso só quem pode fazer sou eu mesma. 
E tô tentando!



19 setembro, 2011

Dexter: the heartbreaker

Então que eu estava voltando com as crianças da escola, quando avistei um filhote de vira-lata safado na beira da estrada. Num impulso, fiz o retorno e falei para Deborah chamá-lo. Ele não pestanejou: largou o lixo que estava fuçando e pulou no carro. No meio do caminho, aproveitou e batizou a Deborah.
Explico porque do impulso: em outra ocasião,passei por um cachorro na beira do caminho e não resgatei. Quando estava fazendo o caminho de volta, ele havia sido atropelado e morto. Aquilo me matou um pouco por dentro.
Então que esse pequeno senhor já chegou logo indo p o vet tomar banho, tomou vermífugo e etc.
Quando chegou aqui em casa, ficou beeem a vontade, já saiu catando um pano de chão para deitar. Isso foi na semana da minha cirurgia. Nessa mesma semana, chegou mamy para ficar comigo no hospital e logico que ela se apaixonou por ele.E as crianças também. O marido fez cara torta, mas pra ele estava tudo bem, pois a ideia inicial era abrigarmos o tomba-lata até arrumar um lar definitivo. Ele foi uma ótima cia pós-cirurgica.
Mas quem nessa vida, com tanta oferta de glamour e status que um cão de raça confere, vai querer um vira-lata? Não que eu não goste de cães de raça. Para mim todos tem o mesmo valor, amo-os de forma igual, mas tem gente q só gosta do status que um cão de raça pode oferecer, como se ele fosse uma bolsa LV ou um sapato Louboutin.Enfim.
Para resumir a fase ruim da história, ele ficou doente teve um primeiro diagnóstico de leishimaniose e depois de cinomose. Passou 2 semanas ruins, 2 boas e 1 ruim de novo, com mais dois dias horríveis. Nesses dois últimos dias, apesar de todo amor que tínhamos temos por ele, resolvemos a muito custo pela eutanásia. Na quinta, comuniquei a decisão a vet, e marcamos p a sexta feira. Na quinta, ele não queria mais comer, nem beber, nem ir ao banheiro. Deixou eu limpá-lo, coisa q ele ficava puto quando eu fazia. Como enfermeira razoável que sou, mudei o decúbito dele a cada 2 horas, tentei em vão alimentá-lo pela seringa (ele não queria). Ele estava extremamente secretivo e ofegante. Na madrugada de quinta p sexta, acordo com um pranto tão sentido, que pensei que ele tivesse partido. Na verdade era  meu marido dizendo o quanto o amava e que iria sentir falta dele. Na manhã seguinte, acordei nem sei como. Fui falar com ele que não estava mais interagindo. Fui a banheiro para me arrumar e antes de sair de casa para levar as crianças p escola, descobri que ele se foi. E um pedaço do meu coração foi junto.
Ele era dócil, arteiro, carinhoso, muuuito social. Brincava com os cães quando passeava, e com as pessoas também.
Uma lembrança que não vou ter dele é ele latindo, pois nunca ouvi. Mas lembro da caroça dele de levado, das pintas pretas nas patas brancas, da máscara preta no fucinho branco e de uma coisa preta e branca correndo no gramado da beira da estrada.
Dexter foi seguramente o primeiro espécime masculino a partir meu coração.